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Colégio Pedro II – Campus Escolar
Realengo II
Professora
Raquel
Sétimo ano
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GABARITO: Felicidade Clandestina (Clarice
Lispector)
1.
a) “Era um livro grosso, meu
Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.”
“Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e
assim recebi o livro na mão.”
OBS. Servem outros.
b) Porque a personagem é adulta e relembra um
episódio de sua infância. O eu que narra é adulto e enxerga os fatos com o
olhar de adulto. Trecho possível: “Tinha um busto enorme,
enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como
se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas.
Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de
ter: um pai dono de livraria.”
2. Não. No início do texto, o pronome “ela”
não refere a uma informação anterior. Na verdade, ficamos sem saber o nome da
menina e só descobrimos o que ela representa para a narradora aos poucos.
Hipóteses: a narradora quer deixar o leitor curioso; a narradora quer se
concentrar no que é mais importante ou não quer revelar quem é essa menina, já
que ela pode realmente ter existido; a narradora quer causar impacto no leitor,
deixar a narrativa mais intensa, ao começá-la como se o leitor já conhecesse a
personagem.
3. Nos três primeiros parágrafos.
4. No quarto. “Até que”.
5. a) Ela era gorda,
baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse,
enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía
o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai
dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para
aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava
em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem
do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas.
Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e
“saudade”.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era
pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia
nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu
sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela
me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que
ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a
exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me
que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
b) Pretérito imperfeito, pois a situação
inicial é predominantemente descritiva: apresenta os personagens, suas
características e hábitos.
c) Pretérito perfeito, pois está relacionado a
um fato único, pontual, acabado no passado.
6. Situação inicial
a)
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente
crespos, meio arruivados. PN
b)
Tinha um busto enorme PV, enquanto nós todas ainda éramos
achatadas. PN
c)
Enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com
balas. PV
d)
Pouco aproveitava. PV
e)
Ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. PV
f)
Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data
natalícia” e “saudade”. PV
g)
Mas que talento tinha para a crueldade. PV
h)
Ela toda era pura vingança. PN
i)
Nós éramos
imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. PN
j)
Ela me submetia a humilhações. PV
k)
Eu continuava a implorar-lhe os livros. PV
7.
a) Gorda, baixa e sardenta. Predicativo do sujeito.
b) “Tinha um busto enorme,
enquanto nós todas ainda éramos achatadas.”
“Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos
imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres.”
c) Ela se sente inferiorizada e, por isso, tenta “se vingar” das outras
colegas usando aquilo que elas não têm: dinheiro.
c) Ela enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas; entregava
um cartão-postal da loja do pai como presente de aniversário todo ano.
Pretérito imperfeito. Ela é invejosa, egoísta.
8. Sugerem que ela não tinha uma
condição econômica confortável.
9.
a) o plano secreto da filha do dono da livraria
b) nominal
c) Torturar a narradora fingir indefinidamente que lhe
emprestaria o livro do Monteiro Lobato.
d)
Reagia com passividade. Provavelmente porque não percebia a má intenção daa
outra e porque seu desejo pelo livro era maior que a humilhação pela qual
passava.
10.
a) Porque
o objeto direto “livro” não é compatível semanticamente com o verbo comer;
dormir é um verbo intransitivo, não exige objeto.
*
Semântica = relacionado ao sentido.
b) O
seu entusiasmo era tão grande que a língua cotidiana/ a sintaxe cotidiana não
dava conta de descrevê-lo.
c) Comi
uma pizza enorme ontem./ Durmo cedo porque acordo cedo.
11. Ao
livro. Para evitar repetição.
12. a) “Ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. À
narradora e às amigas. OI
b) “Ela
toda era pura vingança. À colega de classe da narradora. Sujeito.
c) “Depois abri-o,
li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de
novo.” Ao livro. OD
d) “Disse-me
que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o
emprestaria.” À narradora. OI
e) “Ela nos espiava em silêncio.” À
narradora e às amigas. OD
f)
“Pediu explicações a nós duas”. OD/ OI O
“nós duas” se refere à narradora e à
colega de classe.
g)
“(...) guiava-me
a promessa do livro”. À narradora. OD
h) “Continuava a implorar-lhe
emprestados os livros que ela não lia”. À colega de classe. OI
i) “Nós que éramos
imperdoavelmente bonitinhas.” À narradora e às
amigas. Sujeito.
j) “As ondas me
levavam e me traziam.” À
narradora. OD
13.
a)
Adjunto
adverbial.
b)
Modo.
c)
Barulhentamente
(embora não soe bem).
d)
Ela era
egoísta e exibida.
e)
Calmamente e
ferozmente.
f)
A atitude
era feroz porque era sádica; a menina gostava de ver a narradora sofrer. Mas
ela fazia isso continuamente e de forma lenta, repetida.
g)
Da colega de
classe da narradora. Porque ela se sentia diferente e queria ser aceita. Ela
age como se as outras meninas tivessem culpa de ser como eram.
14.
a)
Tempo
b)
Intensidade
c) Modo
d)
Modo/ Afirmação/ Ênfase.
15. Porque, embora sejam intransitivos, ou seja, não exijam
objetos, seu sentido só se completa com um adjunto adverbial.
16.
a)
Vivo uma
vida de alegrias.
b)
Existe
orgulho e pudor em mim. Orgulho e pudor existem em mim. O verbo teve que ir
para o plural porque, com o verbo existir, há sujeito; com o verbo haver, o
sujeito é inexistente.
c)
A sensação
de alegria, satisfação, êxtase diante do livro tão esperado.
17.
a)
Atônita,
extasiada.
b)
Predicativo
do sujeito.
c)
Meu peito
esquentou./ Meu coração começou a pensar.
d)
O livro./ OD
e)
Porque a
narradora age mais com a emoção do que com a razão.
18.
a)
Inexistente.
b)
Houve
confusões silenciosas.
c)
Existiram
confusões silenciosas. Simples.
d)
Silenciosa.
As meninas ficaram constrangidas, mas nenhuma se atreveu a contar o que estava
acontecendo.
19.
a)
Até que o
magno dia veio para ela.
b)
Até vieram
para ela dias de vingança.
c)
Sim. O
adjetivo quer destacar a importância desse dia para a personagem, pois seria o
dia que ela começaria sua vingança.
20. a) Lá estávamos nós à porta de sua casa.
b) Não, é um adjunto adverbial, pois verbo estar, nesse caso, é intransitivo.
c) Eu estava ansiosa à porta de sua casa.
21. “Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a
filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: ‘E você
fica com o livro por quanto tempo quiser.’ Entendem? Valia mais do que me dar o livro: ‘pelo tempo que eu
quisesse’ é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de
querer.”
a)
Empreste o
livro agora mesmo./Fique com o livro o tempo que quiser.
b)
Empresta/
Fica. Nesse caso, sim, pois costumamos misturar as formas de tratamento no dia
a dia.
c)
Vocês.
Porque o imperativo permite a omissão. Desinencial. Aproximar a história do
leitor, criar intimidade com ele.
d)
A mãe não é
egoísta, quer partilhar os livros, e não mente para encobrir a mentira da
filha.
e)
Para que ela
se sinta valorizada e supere a humilhação. O empréstimo exige a relação entre
as duas; a doação romperia a relação entre as duas.
22. Passe a frase abaixo para o discurso indireto, observando o uso
do imperativo.
“Disse-me:
- Emprestei o livro a outra
menina. Volte no dia seguinte para buscá-lo.”
23. A felicidade é clandestina,
ou seja, a narradora camufla, esconde a felicidade porque não se sente
merecedora dela ou não tivesse direito a ela. Por isso até que ela suportava as
humilhações. Porque achava que merecia, ou que era natural. “Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina
que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim.”
24.
a)
Explicação/ retificação.
b)
E sim/mas
c)
Uma relação intensa, de prazer.
Texto II
1. A
personagem Susanita também sente prazer em exibir sua situação financeira para
mostrar-se superior.
2. Ela
é egoísta./ Ela se mostra prepotente./ Ela parece insensível.
3. “Mas que talento tinha para a crueldade”/ “ Ela toda era
pura vingança.”
4. Mafalda.
OI.
5.
Obrigada por ser tão gentil, Susanita!
6.
a)
Umas revistas.
b)
No primeiro quadrinho.
c)
Desinencial/ simples.
d)
Paara evitar repetição desnecessária.
7. “Você
não fica meio chateada em saber que não são suas?” O verbo “ficar” na
oração sublinhada é de ligação. O predicado é, portanto, nominal.
a)
Você não se chateia?
b)
Intensidade.
c)
Sempre fico em casa de manhã.
d)
As revistas.
a) “Tinha um busto enorme.”
b)
“... eu não vivia,
nadava devagar num mar suave...”
c) “Eu
era uma rainha delicada.”
d) “Peguei o livro”.
e) “(...) ela nos entregava
em mãos um cartão-postal da loja do pai”.
f) “Eu ia
diariamente à sua casa”.
g)
“Ela não morava num sobrado.”
h) “Um dia apareceu sua mãe.”
i) “O amor
pelo mundo me esperava.”
j) “Ela toda
era pura vingança.”
k) “Saí andando bem devagar.”
l) “Li algumas linhas maravilhosas.”
m) “Havia orgulho e pudor em mim.”
n) “Pediu explicações a nós duas.”
o) ““As ondas me levavam e me traziam.”
p) “Guiava-me a promessa do livro.”
q) “Ela havia emprestado o livro a outra
menina.”
r) “Ela nos espiava em silêncio.”
s) “Nós éramos imperdoavelmente bonitinhas.”
SUJEITO
|
PREDICADO
|
||||||
Adjunto
adnominal
|
Núcleo
|
Adjunto
adnominal
|
VERBO
|
Predicativo
do sujeito
|
Objeto
direto
|
Objeto
indireto
|
Adjunto
adverbial
|
|
(ela)
|
|
tinha
|
|
um
busto enorme
|
|
|
|
(eu)
|
|
vivia
nadava
|
|
|
|
devagar
num
mar suave
não
|
|
eu
|
|
era
|
uma
rainha delicada
|
|
|
|
|
(eu)
|
|
peguei
|
|
o
livro
|
|
|
|
ela
|
|
entregava
|
|
um
cartão-postal da loja do pai
|
nos
|
em
mãos
|
|
eu
|
|
ia
|
|
|
|
diariamente
a
sua casa
|
|
ela
|
|
morava
|
|
|
|
não
num
sobrado
|
sua
|
mãe
|
|
apareceu
|
|
|
|
um
dia
|
|
ela
|
toda
|
era
|
pura
vingança
|
|
|
|
|
(eu)
|
|
saí
andando
|
|
|
|
bem
devagar
|
|
(eu)
|
|
li
|
|
algumas
linhas maravilhosas
|
|
|
|
|
|
havia
|
|
orgulho
e pudor
|
|
em
mim
|
|
(ela)
|
|
pediu
|
|
explicações
|
a
nós duas
|
|
as
|
ondas
|
|
levavam
traziam
|
|
me
|
|
|
a
|
promessa
|
do
livro
|
guiava
|
|
me
|
|
|
|
Ela
|
|
havia
emprestado
|
|
o
livro
|
a
outra menina
|
|
|
ela
|
|
espiava
|
|
nos
|
|
em
silêncio
|
|
nós
|
|
éramos
|
bonitinhas
|
|
|
imperdoavelmente
|
Profº Raquel obrigada por postar aqui no seu blog o gabarito.
ResponderExcluirVai nos ajudar muito mais nos estudos! Espero que no 8º ano estudo contigo!
De nada!
ResponderExcluirVamos ver. ;-)
Professora, obrigada pelo gabarito das questões, isso irá me ajudar muito para estudar para as provas. Eu poderia tirar uma dúvida? Na questão 12 do texto 1, letra g. Por que a resposta é objeto direto?
ResponderExcluirOi, Maria Beatriz.
ResponderExcluirA oração está na ordem inversa: A promessa do livro guiava-me. (Guiar ALGUÉM; não tem preposição, por isso OD.)
Ah entendi, obrigada!
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