sábado, 26 de outubro de 2013

GABARITO DA REVISÃO DO SÉTIMO ANO



Colégio Pedro II – Campus Escolar Realengo II
Professora Raquel
Sétimo ano  



 GABARITO: Felicidade Clandestina (Clarice Lispector)

1.
a) “Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.”

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão.”

OBS. Servem outros.

b) Porque a personagem é adulta e relembra um episódio de sua infância. O eu que narra é adulto e enxerga os fatos com o olhar de adulto. Trecho possível: “Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.”


2. Não. No início do texto, o pronome “ela” não refere a uma informação anterior. Na verdade, ficamos sem saber o nome da menina e só descobrimos o que ela representa para a narradora aos poucos. Hipóteses: a narradora quer deixar o leitor curioso; a narradora quer se concentrar no que é mais importante ou não quer revelar quem é essa menina, já que ela pode realmente ter existido; a narradora quer causar impacto no leitor, deixar a narrativa mais intensa, ao começá-la como se o leitor já conhecesse a personagem.

3. Nos três primeiros parágrafos.

4. No quarto. “Até que”.  

5. a) Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.


b) Pretérito imperfeito, pois a situação inicial é predominantemente descritiva: apresenta os personagens, suas características e hábitos.
c) Pretérito perfeito, pois está relacionado a um fato único, pontual, acabado no passado.

6. Situação inicial

a)      Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. PN
b)      Tinha um busto enorme PV, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. PN
c)       Enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. PV
d)      Pouco aproveitava. PV
e)      Ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. PV
f)       Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. PV
g)      Mas que talento tinha para a crueldade. PV
h)      Ela toda era pura vingança. PN
i)         Nós éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. PN
j)        Ela me submetia a humilhações. PV
k)      Eu continuava a implorar-lhe os livros. PV



7.
a) Gorda, baixa e sardenta. Predicativo do sujeito.
b) “Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas.”
“Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres.”
c) Ela se sente inferiorizada e, por isso, tenta “se vingar” das outras colegas usando aquilo que elas não têm: dinheiro.
c) Ela enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas; entregava um cartão-postal da loja do pai como presente de aniversário todo ano. Pretérito imperfeito. Ela é invejosa, egoísta.


8. Sugerem que ela não tinha uma condição econômica confortável.

9.
a) o plano secreto da filha do dono da livraria
b) nominal
c) Torturar a narradora fingir indefinidamente que lhe emprestaria o livro do Monteiro Lobato.
d) Reagia com passividade. Provavelmente porque não percebia a má intenção daa outra e porque seu desejo pelo livro era maior que a humilhação pela qual passava.

10.
a) Porque o objeto direto “livro” não é compatível semanticamente com o verbo comer; dormir é um verbo intransitivo, não exige objeto.

* Semântica = relacionado ao sentido.

b) O seu entusiasmo era tão grande que a língua cotidiana/ a sintaxe cotidiana não dava conta de descrevê-lo.
c) Comi uma pizza enorme ontem./ Durmo cedo porque acordo cedo.

11. Ao livro. Para evitar repetição.

12. a) “Ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. À narradora e às amigas.  OI
b) Ela toda era pura vingança. À colega de classe da narradora. Sujeito.
c) “Depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo.” Ao livro. OD
d) “Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.” À narradora. OI
e) “Ela nos espiava em silêncio.” À narradora e às amigas.  OD
f) “Pediu explicações a nós duas”. OD/ OI  O “nós  duas” se refere à narradora e à colega de classe.
g) “(...) guiava-me a promessa do livro”. À narradora. OD
h) “Continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia”. À colega de classe. OI
i) “Nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas.” À narradora e às amigas. Sujeito.
j) “As ondas me levavam e me traziam.” À narradora. OD

13.
a)      Adjunto adverbial.
b)      Modo.
c)       Barulhentamente (embora não soe bem).
d)      Ela era egoísta e exibida.
e)      Calmamente e ferozmente.
f)       A atitude era feroz porque era sádica; a menina gostava de ver a narradora sofrer. Mas ela fazia isso continuamente e de forma lenta, repetida.
g)      Da colega de classe da narradora. Porque ela se sentia diferente e queria ser aceita. Ela age como se as outras meninas tivessem culpa de ser como eram.

14. 
a)      Tempo
b)      Intensidade
c)       Modo
d)      Modo/ Afirmação/ Ênfase.

15. Porque, embora sejam intransitivos, ou seja, não exijam objetos, seu sentido só se completa com um adjunto adverbial.

16. 
a)      Vivo uma vida de alegrias.
b)      Existe orgulho e pudor em mim. Orgulho e pudor existem em mim. O verbo teve que ir para o plural porque, com o verbo existir, há sujeito; com o verbo haver, o sujeito é inexistente.
c)       A sensação de alegria, satisfação, êxtase diante do livro tão esperado.

17.
a)      Atônita, extasiada.
b)      Predicativo do sujeito.
c)       Meu peito esquentou./ Meu coração começou a pensar.
d)      O livro./ OD
e)      Porque a narradora age mais com a emoção do que com a razão.

18.
a)      Inexistente.
b)      Houve confusões silenciosas.
c)       Existiram confusões silenciosas. Simples.
d)      Silenciosa. As meninas ficaram constrangidas, mas nenhuma se atreveu a contar o que estava acontecendo.

19.
a)      Até que o magno dia veio para ela.
b)      Até vieram para ela dias de vingança.
c)       Sim. O adjetivo quer destacar a importância desse dia para a personagem, pois seria o dia que ela começaria sua vingança.

20. a) Lá estávamos nós à porta de sua casa.
b) Não, é um adjunto adverbial, pois verbo estar, nesse caso, é intransitivo.
c) Eu estava ansiosa à porta de sua casa.

21. “Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: ‘E você fica com o livro por quanto tempo quiser.’ Entendem? Valia mais do que me dar o livro: ‘pelo tempo que eu quisesse’ é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.”

a)      Empreste o livro agora mesmo./Fique com o livro o tempo que quiser.
b)      Empresta/ Fica. Nesse caso, sim, pois costumamos misturar as formas de tratamento no dia a dia.
c)       Vocês. Porque o imperativo permite a omissão. Desinencial. Aproximar a história do leitor, criar intimidade com ele.
d)      A mãe não é egoísta, quer partilhar os livros, e não mente para encobrir a mentira da filha.
e)      Para que ela se sinta valorizada e supere a humilhação. O empréstimo exige a relação entre as duas; a doação romperia a relação entre as duas.

22. Passe a frase abaixo para o discurso indireto, observando o uso do imperativo.

 “Disse-me:
- Emprestei o livro a outra menina. Volte no dia seguinte para buscá-lo.”

23. A felicidade é clandestina, ou seja, a narradora camufla, esconde a felicidade porque não se sente merecedora dela ou não tivesse direito a ela. Por isso até que ela suportava as humilhações. Porque achava que merecia, ou que era natural. “Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim.”

24.
a)      Explicação/ retificação.
b)      E sim/mas
c)       Uma relação intensa, de prazer.

Texto II

1. A personagem Susanita também sente prazer em exibir sua situação financeira para mostrar-se superior.

2. Ela é egoísta./ Ela se mostra prepotente./ Ela parece insensível.

3. “Mas que talento tinha para a crueldade”/ “ Ela toda era pura vingança.”

4. Mafalda. OI.

5. Obrigada por ser tão gentil, Susanita!

6.  
a)      Umas revistas.
b)      No primeiro quadrinho.
c)       Desinencial/ simples.
d)      Paara evitar repetição desnecessária.

7. “Você não fica meio chateada em saber que não são suas?” O verbo “ficar” na oração sublinhada é de ligação. O predicado é, portanto, nominal.

a)      Você não se chateia?
b)      Intensidade.
c)       Sempre fico em casa de manhã.
d)      As revistas.







a) “Tinha um busto enorme.”
b) “... eu não vivia,  nadava devagar num mar suave...”
c) “Eu era uma rainha delicada.”
d) “Peguei o livro”.
e) “(...) ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai”.
f) “Eu ia diariamente à sua casa”.
g) “Ela não morava num sobrado.”
h) “Um dia apareceu sua mãe.”
i) “O amor pelo mundo me esperava.”
j) “Ela toda era pura vingança.”
k) “Saí andando bem devagar.”
l) “Li algumas linhas maravilhosas.”
m) “Havia orgulho e pudor em mim.”
n) “Pediu explicações a nós duas.”
o)  ““As ondas me levavam e me traziam.”
p) “Guiava-me a promessa do livro.”
q) “Ela havia emprestado o livro a outra menina.”
r) “Ela nos espiava em silêncio.”
 s) “Nós  éramos imperdoavelmente bonitinhas.”

SUJEITO
PREDICADO
Adjunto adnominal
Núcleo
Adjunto adnominal
VERBO
Predicativo do sujeito
Objeto direto
Objeto indireto
Adjunto adverbial


(ela)

tinha

um busto enorme




(eu)

vivia
nadava



devagar
num mar suave
não


eu

era
uma rainha delicada




(eu)

peguei

o livro





ela

entregava

um cartão-postal da loja do pai
nos
em mãos


eu

ia



diariamente
a sua casa


ela

morava



não
num sobrado

sua
 mãe

apareceu



um dia


ela
toda
era
pura vingança





(eu)

saí andando



bem devagar


(eu)

li

algumas linhas maravilhosas






havia

orgulho e pudor

em mim


(ela)

pediu

explicações
a nós duas


as
ondas

levavam
traziam

me



a
promessa
do livro
guiava

me




Ela

havia emprestado

o livro
a outra menina



ela

espiava

nos

em silêncio


nós

éramos
bonitinhas


imperdoavelmente







                                                                                                                                                                                      

5 comentários:

  1. Profº Raquel obrigada por postar aqui no seu blog o gabarito.
    Vai nos ajudar muito mais nos estudos! Espero que no 8º ano estudo contigo!

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  2. Professora, obrigada pelo gabarito das questões, isso irá me ajudar muito para estudar para as provas. Eu poderia tirar uma dúvida? Na questão 12 do texto 1, letra g. Por que a resposta é objeto direto?

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  3. Oi, Maria Beatriz.
    A oração está na ordem inversa: A promessa do livro guiava-me. (Guiar ALGUÉM; não tem preposição, por isso OD.)

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