sábado, 11 de maio de 2013

Matéria da prova - Sexto ano - 2013

- Poesia de cordel  (Suas anotações do vídeo e o que discutimos em sala, além das folhinhas da pasta, é claro.)
- História em quadrinhos.
- Conto popular (Leitura do livro Contos de espanto e alumbramento).

- Variabilidade linguística. (Slides, além das folhinhas).
- Linguagem verbal e não verbal.
- Elementos da comunicação.
- Elementos da narrativa.
- Vocativo.
- Discurso direto.
- Interjeição e onomatopeia.
-Frase e oração (Tipos de frase, frase verbal e nominal).
- Pontuação (O que tivermos discutido em sala).

Estude APENAS pela pasta, pelo caderno e pelo livro de literatura (Contos de espanto e alumbramento). O material extra no blog pode ajudar. NÃO ESTUDE PELO LIVRO DIDÁTICO!!!

Bom trabalho!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Grafite e xilogravura

Contribuição do Vitor Oliveira, 602.

Um grafiteiro que se inspira em xilogravuras! O trabalho é bem bonito. Há cenas mostrando o entalhe na madeira antes de ele partir para as paredes da cidade. Confiram!

http://o2filmes.com.br/acervo/946/Mini-Doc_Speto

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Atendendo a pedidos: mais cordéis

Esta é uma contribuição do Matheus Lucas, hoje na 703. Ele foi à feira de São Cristóvão e se lembrou das nossas aulas!

Observem a ausência de pontuação e elaborem uma hipótese que explique isso...



A intriga do cachorro com o gato
Autor: José Pacheco
Xilogravura: J. Borges









A intriga é mãe da raiva
O meu pensamento é pai 
 Da casa da malquerença
O desmantelo não sai
 Enquanto a intriga rende
A revolução não cai

Quando o cachorro falava
Gato falava também
Gato tinha uma bodega
Como hoje os homens têm
Onde vendia cachaça
Encostado a um armazém.

Com uma balança armada
Para pesar cereais
Em sua bodega vendia
Bacalhau, açúcar e gás
Bolacha, café, manteiga
Miudezas e tudo mais

Quando no tempo de safra
Comprava mercadoria
Chegava no armazém
Que todo bicho trazia
Vou dizer, pela metade
dessa grande freguesia.

O peru vendia milho
Porco feijão e farinha
Com um cacho de bananas
Mais tarde o macaco vinha
Raposa também trazia
Um garajau de galinha

Carneiro passava a noite
Junto com sua irmã
Descaroçando algodão
Quando era de manhã
 Para o armazém do gato
Botava sacos de lã.

Guariba vendia escova
Que fazia do bigode
 Urubu vendia goma
Porque tem de lavra e pode
A onça suçuarana
Vendia couro de bode

Então todo bicho tinha
No armazém seu contrato
Porém eu vou deixar disso
Para tratar de outro fato
Relativando a intriga
Do cachorro com o gato.

Rei leão mandou cachorro
Efetuar uma prisão
E o cachorro passando
 Na venda do gato então
Falou pra beber fiado
 E o gato disse: Pois não

Subiu-se na prateleira
Uma garrada desceu
Um cruzado de cachaça
O cachorro ali bebeu
 Botou fumo no cachimbo
 Pediu fogo e acendeu.

Depois ele disse ao gato
Eu vou prender o preá
Porque carregou a filha
Do compadre cangambá
E mesmo já deve a honra
Da filha do seu guará

E tornou dizer: – Compadre
Bote mais uma bicada
Eu só sei prender valente
Depois da gata esporada
O gato sorriu e disse
 Esta não lhe custa nada.

O gato bebeu também
O cachorro repetiu
Botou o copo no banco
Saiu na porta e cuspiu
O gato puxou um lenço
Limpou a barba e tossiu

Embebedaram-se ambos
Garrafas secaram três
Cachorro fez um discurso
Falando na língua inglês
Gato embolava no chão
 Também falando em francês.

A gata mulher do gato
 saiu do quarto e veio cá
E disse muito zangada
– Cês tem procedência má
O gato disse: – Mulher
Da porta do meio pra lá 

Depois o gato ficou
O cachorro foi-se embora
 Ali ouviram: – Ó de casa!
A gata disse: Ó de fora
 Quem é? Respondeu a raposa
 – Sou eu, que cheguei agora.

Disseram entre comadre
E o gato levantou-se
 Sentou-se numa cadeira
 Raposa também sentou-se
Ele contou à raposa
 De que forma embebedou-se

 Raposa disse: – Compadre
Você não pensa direito
 Bebendo com o cachorro
 Um safado sem respeito
 Se seus amigos souberem
O senhor perde o conceito.

-Beba com seus amigos
Seu irmão maracujá
 O tenente porco-espinho
 E o capitão guará
Major porco e doutor burro
 E coronel cangambá

– Eu também gosto de troça
Beijo, dança e digo loas
Mas com gente igual a mim
Civilizadas e boas
Eu que não ando com gente
De qualidades à toas.

- Só me dou com gente boa
 Com o compadre urubu
Dona Ticada de Souza
 E dona surucucu
E a professora jiboia
E o meu primo timbu

 Você é conceituada
Da roda palaciana
Cachorro vive na rua
Tanto furta como engana
 E com baralho no bolso
Jogando e tomando cana.

Ele só compra fiado
Porque quer, pois ele tem
Uma mochila de níquel
Que por detrás se vê bem
Pendurada, balançando
Porém não paga a ninguém

O gato pondo-se em pé
Perguntou-lhe admirado
– Compadre isso é verdade?
 Ele me deve um cruzado
Eu não dei fé na mochila
Por isso vendi fiado.

- Porém eu vou atrás dele
 Aquele cara estradeiro
 Dou-lhe um bote na mochila
Arranco e tiro o dinheiro
– Se fosse eu – disse a raposa
– Passava-lhe o granadeiro

O gato se preparou
Amarrou o cinturão
 Correu as balas no rifle
Passou lixa no facão
Botou um porre e bebeu
De cachaça com limão

Chegou lá e disse ao cachorro
– É triste o nosso progresso
 Você paga o meu cruzado
Ou quer que eu pague um processo
 Cachorro afastou o pé
E lhe disse: – Eu não converso

Ali deu-lhe um tiro e disse
– É assim que eu despacho.
Porém o gato abaixou-se
Passou-lhe o rifle por baixo
Deu-lhe uma balada certa
Que quase derruba o cacho.

O cachorro que também
Tem pontaria fiel
Tornou passar-lhe a pistola
A bala fez um revel
 Cortou-lhe o rabo no tronco
Que lhe descobriu o anel

 Depois que trocaram tiros
Divertiram no punhal
Gato pulava de costas
E dava salto mortal
O cachorro por sua vez
Também traquejava igual

E ali trincou-se o tempo
Na porta do barracão
Da baronesa preguiça
 Comadre do rei Leão
E ela telegrafou-lhe
Pedindo paz na questão

O leão passou depressa
Um telegrama pra trás
– Minha comadre levante
A bandeira e grite paz
Ela não tinha bandeira
Levantou a macaxeira
 Ali ninguém brigou mais.

Garajau: Cesto em que se transportam aves e peixe seco.
Guariba: Espécie de primata que tem nos dois lados da face pêlos que parecem barba..


Os outros cordéis que circularam pela sala podem ser encontrados aqui, na "cordelteca":
http://www.cnfcp.gov.br/interna.php?ID_Secao=65







 Divirtam-se!