quinta-feira, 28 de novembro de 2013

EXERCÍCIOS PARA A PAF - GERAL (Com colaboração da ex-estagiária Silvia Carolina Souza)





Minerva e Aracne

                Aracne era uma bela moça, filha de um tintureiro de lã, na cidade de Colonon. Sendo filha de quem era, desde cedo acostumar-se a bordar e tecer, revelando um talento inato para essa arte. À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também mais e mais se aperfeiçoava, de tal sorte que logo seus trabalhos eram disputados por todas as mulheres da cidade. Senhoras de outras localidades também ocorriam, sem se importar com a distância, desde que pudessem levar para casa algum trabalho saído das mãos da extraordinária artesã.
                – Bordado é o da Aracne, o resto é bobagem – diziam as moças, que saíam da casa da talentosa jovem com suas peças estendidas, admirando à luz do sol o tom diversamente colorido dos bordados e das tramas.
                De tal forma a fama de Aracne cresceu, que mesmo as ninfas dos rios e lagos próximos deixavam as águas para admirar os trabalhos de Aracne.
                Um dia, Diana, que ficara sabendo do assunto pelas ninfas, levou-o ao conhecimento de Minerva.
                – Minerva, acho que finalmente você encontrou uma rival à altura – disse Diana, com um tom de ironia.
                Ora, deuses e deusas não suportam que lhes falem nesse tom, ainda mais quando um de seus atributos é posto em dúvida. A deusa, considerada a protetora das obreiras e dos artesãos, não admitia que uma reles mortal pudesse sequer emparelhar com suas obras, respeitadas em todo o Olimpo.
                – Quem é mesmo essa fulana? – disse Minerva, com a voz repassada de inveja.
                – Aracne é o seu nome – disse Diana, que sob o pretexto de fazer um favor saboreava, na verdade, o despeito da outra.
                No mesmo dia Minerva decidiu apresentar-se diante da rival e ver se realmente ela era tudo aquilo que afirmava. Metamorfoseando-se numa velha, a deusa rumou para o país onde vivia Aracne. Quando lá chegou, encontrou a artesã sentada à beira de um regato, cercada por um exército de ninfas, que deitadas sobre a relva admiravam o seu magnífico trabalho.
                – Bom dia, minha jovem! – disse, aproximando-se.
                – Bom dia, minha senhora – disse Aracne, sem desviar os olhos de seu imenso bordado.
                “Ela é boa artesã, mesmo, desgraçada!”, pensou a velhota e disse:
                – Que belo trabalho está fazendo! – exclamou Minerva, apoiada a seu bordão, cujo elogio fingido escondia uma secreta admiração.
                – É o que todos dizem – falou Aracne, com um ar de presunção que irritou Minerva.
                – Mas, convém agradecer sempre a Minerva este dom recebido – disse a velha.
                – Ora, e que méritos eu teria se devo exclusivamente a ela meu talento? – disse Aracne. – Ela que cuide de seus bordados que eu cuido dos meus.
                Um sussurro de espanto correu por entre as ninfas.
                – Oh, não diga isto! – disse a velha, escandalizada. – Não percebe que é uma ingratidão sem tamanho?
                – Vovó, por favor, me deixe trabalhar em paz – disse a jovem, pondo um fim na conversa.
                – É esta, então a ideia que tem de mim, atrevida? Disse Minerva, desfazendo-se do disfarce e surgindo em todo o seu esplendor diante da tecelã e das ninfas, que recuaram, entre assustadas e reverentes.
                Aracne, contudo, não demonstrou grande impressão e prosseguiu bordar, como nada houvesse acontecido.
                – Olhe para mim, sua mal-agradecida! – bradou Minerva.
                – Estou trabalhando, não está vendo? – disse Aracne, com maus modos.
                –- Proponho, então, um desafio! – disse Minerva, certa de que a vitória seria sua.
                – Diga lá! – respondeu a moça, que não queria outra coisa senão medir-se com a própria deusa dos trabalhos manuais.
                – Vamos, ninfas ociosas, tragam toda lã que puderem encontrar e a depositem aqui, em partes iguais, a nossos pés – ordenou Minerva.
                As duas mostravam-se extremamente arrogantes. Não se podia saber qual seria a vencedora daquele empolgante confronto. Ao sinal da deusa, as duas começaram a trabalhar. Os dedos ágeis desfiavam a lã e a colocavam rapidamente sob os pentes de tear que tinham à frente. Os fios deslizavam, esticados ao máximo, parecendo as cordas afinadas de um piano. Nem bem saíram da máquina e dedos os capturavam, comprimindo-os sob as agulhas douradas.
                Cada qual tinha aos joelhos uma grande tela, na qual deveriam bordar um grande tapete figurativo. Minerva escolhera fazer o retrato de uma disputa que tivera com Neturno, enquanto Aracne bordava magistralmente a cena do rapto de Europa por Júpiter.
                Aos poucos as figuras ganhavam forma nas armações quadradas que cada qual tinha diante de si. Os fios de diversas cores passavam pelos dedos das mulheres como  os fios que tecem os arco-íris, misturando-se numa mesma maçaroca, mas saindo separados e uniformes sobre a tela.
                – Veja, a tela da Minerva está mais bela – dizia uma ninfa, observando o trabalho da deusa, que começava a ganhar forma diante dos olhos de todas.
                De fato, o mar, os peixes, o deus Netuno com seu tridente, tudo parecia adquirir vida própria, enquanto os dedos finos da deusa tramavam agilmente as linhas de diversas cores.
                – Não, o de Aracne é mais belo – disse outra ninfa, abaixando o tom de voz para não ofender a deusa.
                O tapete de Aracne, com efeito, não ficava a dever nada ao seu rival em matéria de cor, beleza e vivacidade. Todas podiam ver aos poucos o alvo touro que raptara Europa ganhar forma sob as costuras. O alvo fio ia desenhando o contorno da bela jovem com tal perfeição que ela parecia estar viva e prestes a sair do tapete: seus pés erguiam-se a poucos centímetros da água de um anil perfeito, por sobre a qual era levada pelo animal.
                À medida que as duas finalizavam o trabalho, a ansiedade e a expectativa das ninfas tornavam-se quase insuportáveis.
                De repente, Minerva pôs-se em pé, com um grito de triufo:
                – Pronto, amadora, apresente também o seu trabalho!
                Aracne, dando o último nó em seu bordado, ergue-o desafiadoramente.
                – Que as ninfas julguem com imparcialidade! – disse, encarando a rival. Enquanto o estudava, procurava com ele ocultar o próprio rosto, a fim de que as demais não vissem a admiração estampada na sua face. “Maldita! Seu trabalho, tenho que reconhecer, é levemente superior ao meu!”, pensou a deusa.
                Temendo, porém, que as julgadoras m à mesma conclusão, Minerva perdeu a cabeça e fez em pedaços o belo tapete, mostrando que não admitiria sofrer uma humilhação.
                – Oh, como você é cruel e injusta! – disse Aracne, tomada pela ira.
                Em seguida, rasgou também o trabalho da rival, sapateando em cima.
                – Veja o que restou de seu horrível bordado – disse, arreganhando os dentes para a deusa.
                Isto foi demais para a paciência de Minerva, que não podia admitir tamanha afronta de uma reles mortal. Erguendo sua mão sobre a cabeça de Aracne, rogou-lhe uma praga terrível. A moça que ainda estava sob o efeito da cólera, não sentiu que a princípio que seu corpo encolhia até transformar-se numa bola negra. Depois, de seus flancos saíram várias pernas cabeludas, o que encheu de horror as ninfas, que se lançaram à água, temerosas de que a deusa resolvesse puni-las também.
                Tomando em suas mãos a asquerosa criatura, Minerva pendurou-a em um galho.
                – Veja, aí está o prêmio da arrogância! – disse a deusa, com uma risada de escárnio.
                Já ia dando as costas para se retirar, quando percebeu um ruído vindo da árvore. Voltou-se e viu que a criatura negra movimentava suas pernas com extraordinária agilidade, costurando um manto com uma seda extremamente fina que retirava do seu dorso abaulado. Aos poucos Minerva viu surgir diante de seus olhos um magnífico bordado circular, que excedia a tudo que ela antes já fizera, como se Aracne, mesmo sob aquela odiosa forma, tivesse se tornado ainda mais talentosa com seus diversos braços.
                Minerva, reconhecendo-se finalmente derrotada, partiu correndo do maldito bosque.

FANCHINI, A,S; SEGANFREDO, Camem. “Minerva e Aracne”. In: As 100 Melhores Histórias da Mitologia: Deuses, heróis, monstros e guerras da tradição greco-romana. 9 ed. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2007, p. 166 – 169.

1. Sublinhe os adjetivos do trecho a seguir. Como eles justificam as atitudes de Minerva?

“Aracne era uma bela moça, filha de um tintureiro de lã, na cidade de Colonon. Sendo filha de quem era, desde cedo acostumara-se a bordar e tecer, revelando um talento inato para essa arte. À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também mais e mais se aperfeiçoava, de tal sorte que logo seus trabalhos eram disputados por todas as mulheres da cidade. Senhoras de outra localidades também acorriam, sem se importar com a distância, desde que pudessem levar para casa algum trabalho saído das mãos da extraordinária artesã
                - Bordado é o da Aracne, o resto é bobagem – diziam as moças, que saíam da casa da talentosa jovem com suas peças estendidas (...)”
2. Sob a forma de uma senhora ,  Minerva se apresenta à jovem tecelã Aracne. Por que teria escolhido a deusa esta forma?

3. Em que criatura Minerva transformou Aracne? Retire uma passagem do texto para confirmar sua reposta.

4. O mito Minerva e Aracne pertence ao universo do maravilhoso. O maravilhoso compreende tudo aquilo que não podemos explicar racionalmente. Que elementos no mito correspondem ao maravilhoso?

5. Há alguma relação entre o trabalho de Aracne com o animal em que foi transformada? Explique.

6. Minerva fica feliz quando transforma Aracne no animal. Ela fica feliz até o final da história? Por quê? Retire uma passagem do texto que comprova sua informação.

7. Uma boa interpretação do texto ocorre quando observamos a que ou a quem os pronomes estão se referindo. Então, observe o trecho abaixo e responda a que termos os pronomes se referem.

“Já ia dando as costas para se retirar, quando percebeu um ruído vindo da árvore. Voltou-se e viu que a criatura negra movimentava suas pernas com extraordinária agilidade, costurando um manto com uma seda extremamente fina que retirava do seu dorso abaulado. Aos poucos Minerva viu surgir diante de seus olhos um magnífico bordado circular, que excedia a tudo que ela antes já fizera, como se Aracne, mesmo sob aquela odiosa forma, tivesse se tornado ainda mais talentosa com seus diversos braços.

8. Identifique a referência dos pronomes possessivos no trecho. Depois, reescreva o trecho, utilizando a forma coloquial dos pronomes possessivos.
“Ora, deuses e deusas não suportam que lhes falem nesse tom, ainda mais quando um de seus atributos é posto em dúvida. A deusa, considerada a protetora das obreiras e dos artesões, não admitia que uma reles mortal pudesse sequer emparelhar com suas obras, respeitadas em todo o Olimpo.”

9. Os pronomes indicam a posição dos seres no discurso. Observe os pronomes a seguir e diga a quem eles se referem. Note que a referência pode estar ou não explícita na superfície do texto.

a) “Isto foi demais para a paciência de Minerva, que não podias admitir tamanha afronta de uma reles mortal.”

b) “- Mas convém agradecer sempre a Minerva este dom recebido – disse a velha”.

c) “Sendo filha de quem era, desde cedo acostumara-se a bordar e tecer, revelando um talento inato para essa arte.”

10. Primeiramente, Aracne utiliza o pronome senhora ao se dirigir a Minerva, depois utiliza o pronome você. Explique o porquê dessa mudança.
“- Bom dia, minha senhora.
“Oh, como você é cruel e injusta.”
11. O narrador chama a atenção para o fato de que os deuses e as deusas não gostam quando as ninfas se referem a eles com intimidade e ironia: “Ora, deuses e deusas não suportam que lhes falem nesse tom”.
a) Explique por quê.
b) Reescreva a frase a seguir comparando a Deusa Minerva a uma rainha. Utilize o pronome de tratamento.

“Minerva, acho que finalmente você encontrou uma rival à altura.”

12. Antes de existir escola, a sociedade contava os mitos para refletir sobre a vida e a cultura. A partir dessa afirmação, qual a mensagem que o mito “Minerva e Aracne” quer ensinar?

13. Antes da ciência, as explicações se baseavam na superstição e no medo. Os mitos, as lendas, a religião e o folclore tentavam explicar coisas difíceis de entender, como os terremotos, a criação do mundo, o nascimento dos animais, o Sol e a morte. A partir do trecho, o que mito “Minerva e Aracne” tenta explicar?

14. Reescreva a frase a seguir de modo que a primeira oração expresse: (a) hipótese mais provável e (b) hipótese menos provável. Faça as adaptações necessárias.

“Quando lá chegou, encontrou a artesã sentada à beira de um regato.”

15. Complete a frase a seguir substituindo as palavras sublinhadas por um adjetivo.
“O tapete de Aracne, com efeito, não ficava nada a dever ao da sua rival em matéria de cor, beleza e vivacidade.

O tapete de Aracne, com efeito, não ficava nada a dever ao da sua rival: era _______________________,  _______________________ e ______________________.

16. Observe o trecho a seguir e transforme o discurso direto em discurso indireto.
“- Minerva, acho que finalmente você encontrou uma rival à altura – disse Diana, com um tom de ironia.
                Ora, deuses e deusas não suportam que lhe falem nesse tom, ainda mais quando um de seus atributos é posto em dúvida. A deusa, considerada a protetora das obreiras e dos artesões, não admitia que uma reles mortal pudesse sequer emparelhar com as suas obras, respeitadas em todo o Olimpo.
- Quem é mesmo essa fulana? – disse Minerva, com voz repassada de inveja.
- Aracne é o seu nome – disse Diana, que sob o pretexto de fazer um favor saboreava, na verdade, o despeito da outra.”

17. Observe nas frases abaixo que os pronomes possessivos sublinhados são os mesmos, mas há uma diferença no seu emprego em relação à referência.

“À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também mais e mais se aperfeiçoava, de tal sorte que logo seus trabalhos eram disputados por todas as mulheres da cidade.”

“ – Pronto, amadora, apresente também o seu trabalho.”

a) Justifique essa afirmativa.
b) Na segunda frase, o pronome poderia ser substituído por outro? Essa substituição pode acontecer em qualquer contexto? Justifique.

18. Explique a diferença de sentido que há entre os pares de frases abaixo:

“Vamos, ninfas ociosas, tragam toda lã que encontrarem.”
“Vamos, ninfas ociosas, tragam toda a lã que encontrarem”.

19. Observe o trecho abaixo e substitua o nome Aracne pelos pronomes pessoais do caso reto. Observe as transformações que podem ocorrem no restante do trecho.

“À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também mais e mais se aperfeiçoava, de tal sorte que logo seus trabalhos eram disputados por todas as mulheres da cidade.”

a) À medida que eu   _____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
b) À medida que tu _______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
c) À medida que nós ______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
d) À medida que eles ___________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
20. O pronome sublinhado abaixo apresenta dupla possibilidade de referência, embora o contexto nos esclareça seu sentido.
“- Bordado é o da Aracne, o resto é bobagem – diziam as moças, que saíam da casa da talentosa jovem com suas peças estendidas (...)”

(a) Explicite essa dupla referência.
(b) Como poderíamos evitar a ambiguidade?

EXERCÍCIOS EXTRAS PARA A PAF - VERBOS



Minerva e Aracne

                Aracne era uma bela moça, filha de um tintureiro de lã, na cidade de Colonon. Sendo filha de quem era, desde cedo se acostumou a bordar e tecer, revelando um talento inato para essa arte. À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também mais e mais se aperfeiçoava, de tal sorte que logo seus trabalhos eram disputados por todas as mulheres da cidade. Senhoras de outras localidades também apareciam, sem se importar com a distância, desde que pudessem levar para casa algum trabalho saído das mãos da extraordinária artesã.
                – Bordado é o da Aracne, o resto é bobagem – diziam as moças, que saíam da casa da talentosa jovem com suas peças estendidas, admirando à luz do sol o tom diversamente colorido dos bordados e das tramas.
                De tal forma a fama de Aracne cresceu, que mesmo as ninfas dos rios e lagos próximos deixavam as águas para admirar os trabalhos de Aracne.

1. Os três parágrafos acima correspondem à situação inicial da narrativa. Observe que a maioria dos verbos está no pretérito imperfeito. Sublinhe os sentidos expressos pelo pretérito imperfeito nos três parágrafos acima. Há duas respostas possíveis.

AÇÕES PONTUAIS E ACABADAS          AÇÕES ACABADAS ANTES DE OUTRAS AÇÕES          AÇÕES EM PROGRESSO NO PASSADO

DESCRIÇÃO NO PASSADO                    AÇÕES HABITUAIS NO PASSADO                               HIPÓTESE NO PASSADO

2.Explique por que o pretérito imperfeito é empregado na situação inicial da narrativa.
3    3. “À medida que Aracne foi tornando-se adulta, sua arte também mais e mais se aperfeiçoava.”
A locução verbal sublinhada pode ser substituída por um único verbo de igual sentido. Qual?

                Um dia, Diana, que ficara sabendo do assunto pelas ninfas, levou-o ao conhecimento de Minerva.
                – Minerva, acho que finalmente você encontrou uma rival à altura – disse Diana, com um tom de ironia.
                Ora, deuses e deusas não suportam que lhes falem nesse tom, ainda mais quando um de seus atributos é posto em dúvida. A deusa, considerada a protetora das obreiras e dos artesãos, não admitia que uma reles mortal pudesse sequer emparelhar com suas obras, respeitadas em todo o Olimpo.
                – Quem é mesmo essa fulana? – disse Minerva, com a voz repassada de inveja.
                – Aracne é o seu nome – disse Diana, que sob o pretexto de fazer um favor saboreava, na verdade, o despeito da outra.

4.       No quarto parágrafo começa a complicação no enredo. Observe que o tempo verbal mudou para o pretérito perfeito. Por quê?
5.       Sublinhe o sentido do pretérito perfeito nos parágrafos acima.

AÇÕES PONTUAIS E ACABADAS            AÇÕES ACABADAS ANTES DE OUTRAS AÇÕES     AÇÕES EM PROGRESSO NO PASSADO

DESCRIÇÃO NO PASSADO                    AÇÕES HABITUAIS NO PASSADO                               HIPÓTESE NO PASSADO

6.       Que expressão de tempo confirma sua resposta?
7.       “Um dia, Diana, que ficara sabendo do assunto pelas ninfas (...)”.
Substitua a forma simples pela forma composta correspondente. Lembre-se que o verbo está no pretérito mais que perfeito.
8.       “– Aracne é o seu nome – disse Diana, que sob o pretexto de fazer um favor saboreava, na verdade, o despeito da outra.”
Substitua a forma verbal simples por uma locução verbal que mantenha o sentido. Depois, sublinhe que sentido expressa:


AÇÕES PONTUAIS E ACABADAS            AÇÕES ACABADAS ANTES DE OUTRAS AÇÕES     AÇÕES EM PROGRESSO NO PASSADO

DESCRIÇÃO NO PASSADO                    AÇÕES HABITUAIS NO PASSADO                               HIPÓTESE NO PASSADO

9.       “Ora, deuses e deusas não suportam que lhes falem nesse tom, ainda mais quando um de seus atributos é posto em dúvida”.
Por que o tempo verbal mudou para o presente?

10.   Reescreva de acordo com o início de modo a empregar o modo subjuntivo:
Ora, deuses e deusas não suportam que lhes falem nesse tom, ainda mais quando duvidam de um de seus atributos.
 Deuses e deusas não suportarão se ...
Deuses e deusas não suportaria se...
                No mesmo dia Minerva decidiu apresentar-se diante da rival e ver se realmente ela era tudo aquilo que afirmava. Metamorfoseando-se numa velha, a deusa rumou para o país onde vivia Aracne. Quando lá chegou, encontrou a artesã sentada à beira de um regato, cercada por um exército de ninfas, que deitadas sobre a relva admiravam o seu magnífico trabalho.

11.   O trecho acima está no pretérito perfeito porque quer expressar ações acabadas que aconteceram uma única vez. Se ações tivessem se repetido no passado, como ficaria o trecho?
Todos os dias...

12.   Reescreva a frase a seguir de modo que a primeira oração expresse: (a) hipótese mais provável e (b) hipótese menos provável. Faça as adaptações necessárias. Você estará usando o modo subjuntivo.

“Quando lá chegou, encontrou a artesã sentada à beira de um regato.”
Se...
Se...
                – Bom dia, minha jovem! – disse, aproximando-se.
                – Bom dia, minha senhora – disse Aracne, sem desviar os olhos de seu imenso bordado.
                “Ela é boa artesã, mesmo, desgraçada!”, pensou a velhota e disse:
                – Que belo trabalho está fazendo! – exclamou Minerva, apoiada a seu bordão, cujo elogio fingido escondia uma secreta admiração.

13.   Substitua a forma simples por uma locução verbal que mantenha o sentido.
                – É o que todos dizem – falou Aracne, com um ar de presunção que irritou Minerva.
                – Mas, convém agradecer sempre a Minerva este dom recebido – disse a velha.
                – Ora, e que méritos eu teria se devo exclusivamente a ela meu talento? – disse Aracne. – Ela que cuide de seus bordados que eu cuido dos meus.
                Um sussurro de espanto correu por entre as ninfas.
                – Oh, não diga isto! – disse a velha, escandalizada. – Não percebe que é uma ingratidão sem tamanho?
                – Vovó, por favor, me deixe trabalhar em paz – disse a jovem, pondo um fim na conversa.

14.   O gerúndio (pondo) está sendo usado para expressar que sentido?
·         Ação simultânea a outra ação.
·         Ação em progresso interrompida por outra.
                – É esta, então a ideia que tem de mim, atrevida? – disse Minerva, desfazendo-se do disfarce e surgindo em todo o seu esplendor diante da tecelã e das ninfas, que recuaram, entre assustadas e reverentes.
                Aracne, contudo, não demonstrou grande impressão e prosseguiu a bordar, como se nada houvesse acontecido.
                – Olhe para mim, sua mal-agradecida! – bradou Minerva.
                – Estou trabalhando, não está vendo? – disse Aracne, com maus modos.
                –- Proponho, então, um desafio! – disse Minerva, certa de que a vitória seria sua.

15.   O infinitivo (bordar) está sendo usado para expressar que sentido?
·         Ação simultânea a outra ação.
·         Ação em progresso interrompida por outra.

16.   Complete:
                –- Proponho, então, um desafio! – diz Minerva, certa de que a vitória _______ sua.
17.   “– Ora, e que méritos eu teria se devo exclusivamente a ela meu talento? – disse Aracne”.
a)      O verbo em negrito não está empregado de forma adequada segundo a gramática tradicional. Qual seria a forma adequada segundo a gramática tradicional?
b)      Com base no emprego dos verbos, responda: Aracne acha que tem ou não mérito em seus talento?
                – Diga lá! – respondeu a moça, que não queria outra coisa senão medir-se com a própria deusa dos trabalhos manuais.
                – Vamos, ninfas ociosas, tragam toda lã que puderem encontrar e a depositem aqui, em partes iguais, a nossos pés – ordenou Minerva.
                As duas mostravam-se extremamente arrogantes. Não se podia saber qual seria a vencedora daquele empolgante confronto. Ao sinal da deusa, as duas começaram a trabalhar. Os dedos ágeis desfiavam a lã e a colocavam rapidamente sob os pentes de tear que tinham à frente. Os fios deslizavam, esticados ao máximo, parecendo as cordas afinadas de um piano. Nem bem saíram da máquina e dedos os capturavam, comprimindo-os sob as agulhas douradas.

18.   Os verbos sublinhados estão no pretérito imperfeito e estão expressando o sentido de ações em progresso. Se o sentido fosse o de ações acabadas e acontecidas uma única vez, como ficariam os verbos?

                Cada qual tinha aos joelhos uma grande tela, na qual deveriam bordar um grande tapete figurativo. Minerva escolhera fazer o retrato de uma disputa que tivera com Neturno, enquanto Aracne bordava magistralmente a cena do rapto de Europa por Júpiter.

19.   Substitua a forma simples pela forma composta mantendo o sentido (“escolhera”/ “tivera”).
20.   Substitua a forma simples por uma locução verbal que mantenha o sentido (“bordava”). Depois sublinhe seu sentido no trecho:
·         Ação acabada.
·         Ação habitual
·         Ação simultânea a outra ação.

21.   Que expressão de tempo reforça o sentido que você assinalou?
                Aos poucos as figuras ganhavam forma nas armações quadradas que cada qual tinha diante de si. Os fios de diversas cores passavam pelos dedos das mulheres como os fios que tecem os arco-íris, misturando-se numa mesma maçaroca, mas saindo separados e uniformes sobre a tela.
                – Veja, a tela da Minerva está mais bela – dizia uma ninfa, observando o trabalho da deusa, que começava a ganhar forma diante dos olhos de todas.
                De fato, o mar, os peixes, o deus Netuno com seu tridente, tudo parecia adquirir vida própria, enquanto os dedos finos da deusa tramavam agilmente as linhas de diversas cores.
                – Não, o de Aracne é mais belo – disse outra ninfa, abaixando o tom de voz para não ofender a deusa.
                O tapete de Aracne, com efeito, não ficava a dever nada ao seu rival em matéria de cor, beleza e vivacidade. Todas podiam ver aos poucos o alvo touro que raptara Europa ganhar forma sob as costuras. O alvo fio ia desenhando o contorno da bela jovem com tal perfeição que ela parecia estar viva e prestes a sair do tapete: seus pés erguiam-se a poucos centímetros da água de um anil perfeito, por sobre a qual era levada pelo animal.

22.   Substitua a locução verbal por uma forma simples que mantenha o sentido. (“ia desenhando”)
                À medida que as duas finalizavam o trabalho, a ansiedade e a expectativa das ninfas tornavam-se quase insuportáveis.
                De repente, Minerva pôs-se em pé, com um grito de triufo:
                – Pronto, amadora, apresente também o seu trabalho!
                Aracne, dando o último nó em seu bordado, ergue-o desafiadoramente.
                – Que as ninfas julguem com imparcialidade! – disse, encarando a rival. Enquanto o estudava, procurava com ele ocultar o próprio rosto, a fim de que as demais não vissem a admiração estampada na sua face. “Maldita! Seu trabalho, tenho que reconhecer, é levemente superior ao meu!”, pensou a deusa.

23.   O gerúndio (encarando) está sendo usado para expressar que sentido?
·         Ação simultânea a outra ação.
·         Ação em progresso interrompida por outra.

24.   “Enquanto o estudava, procurava com ele ocultar o próprio rosto.”
Substitua as formas simples por locuções verbais, mantendo o sentido. Depois, assinale o sentido no trecho.
·         Ação simultânea a outra ação.
·         Ação em progresso interrompida por outra.

25.   Que expressão de tempo confirma sua resposta?
                Temendo, porém, que as julgadoras chegassem à mesma conclusão, Minerva perdeu a cabeça e fez em pedaços o belo tapete, mostrando que não admitiria sofrer uma humilhação.

26.   A forma do gerúndio sublinhada (“temendo”) na primeira oração está expressando a ideia de causa. Reescreva a oração sublinhada usando um conectivo.
27.   A outra forma de gerúndio sublinhada (“mostrando”) expressa a ideia de finalidade, objetivo. Reescreva essa oração sublinhada com linha dupla usando o infinitivo do verbo.
28.   Reescreva de acordo com os novos inícios dados de forma a ser utilizado o modo subjuntivo.
À medida que as duas finalizavam o trabalho, a ansiedade e a expectativa das ninfas tornavam-se quase insuportáveis.
Se as duas ______________________ o trabalho, a ansiedade e a expectativa das ninfas se tornarão quase insuportáveis.
Se as duas ______________________ o trabalho, a ansiedade e a expectativa das ninfas se tornariam quase insuportáveis.

                – Oh, como você é cruel e injusta! – disse Aracne, tomada pela ira.
                Em seguida, rasgou também o trabalho da rival, sapateando em cima.
                – Veja o que restou de seu horrível bordado – disse, arreganhando os dentes para a deusa.

29.   As duas formas do gerúndio sublinhadas expressam:

·         Ação simultânea a outra ação.
·         Ação em progresso interrompida por outra.
                Isto foi demais para a paciência de Minerva, que não podia admitir tamanha afronta de uma reles mortal. Erguendo sua mão sobre a cabeça de Aracne, rogou-lhe uma praga terrível. A moça, que ainda estava sob o efeito da cólera, não sentiu que a princípio que seu corpo encolhia até transformar-se numa bola negra. Depois, de seus flancos saíram várias pernas cabeludas, o que encheu de horror as ninfas, que se lançaram à água, temerosas de que a deusa resolvesse puni-las também.
                Tomando em suas mãos a asquerosa criatura, Minerva pendurou-a em um galho.
                – Veja, aí está o prêmio da arrogância! – disse a deusa, com uma risada de escárnio.
                ia dando as costas para se retirar, quando percebeu um ruído vindo da árvore. Voltou-se e viu que a criatura negra movimentava suas pernas com extraordinária agilidade, costurando um manto com uma seda extremamente fina que retirava do seu dorso abaulado. Aos poucos Minerva viu surgir diante de seus olhos um magnífico bordado circular, que excedia a tudo que ela antes já fizera, como se Aracne, mesmo sob aquela odiosa forma, tivesse se tornado ainda mais talentosa com seus diversos braços.
                Minerva, reconhecendo-se finalmente derrotada, partiu correndo do maldito bosque.

FANCHINI, A,S; SEGANFREDO, Camem. “Minerva e Aracne”. In: As 100 Melhores Histórias da Mitologia: Deuses, heróis, monstros e guerras da tradição greco-romana. 9 ed. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2007, p. 166 – 169.



30.   Substitua a locução verbal por uma forma simples que mantenha o sentido. Depois, assinale seu sentido no texto.
     Ação simultânea a outra ação.
     Ação em progresso interrompida por outra.
31.   Que expressão de tempo confirma sua resposta?