- Poesia de cordel (Suas anotações do vídeo e o que discutimos em sala, além das folhinhas da pasta, é claro.)
- História em quadrinhos.
- Conto popular (Leitura do livro Contos de espanto e alumbramento).
- Variabilidade linguística. (Slides, além das folhinhas).
- Linguagem verbal e não verbal.
- Elementos da comunicação.
- Elementos da narrativa.
- Vocativo.
- Discurso direto.
- Interjeição e onomatopeia.
-Frase e oração (Tipos de frase, frase verbal e nominal).
- Pontuação (O que tivermos discutido em sala).
Estude APENAS pela pasta, pelo caderno e pelo livro de literatura (Contos de espanto e alumbramento). O material extra no blog pode ajudar. NÃO ESTUDE PELO LIVRO DIDÁTICO!!!
Bom trabalho!
sábado, 11 de maio de 2013
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Grafite e xilogravura
Contribuição do Vitor Oliveira, 602.
Um grafiteiro que se inspira em xilogravuras! O trabalho é bem bonito. Há cenas mostrando o entalhe na madeira antes de ele partir para as paredes da cidade. Confiram!
http://o2filmes.com.br/acervo/946/Mini-Doc_Speto
Um grafiteiro que se inspira em xilogravuras! O trabalho é bem bonito. Há cenas mostrando o entalhe na madeira antes de ele partir para as paredes da cidade. Confiram!
http://o2filmes.com.br/acervo/946/Mini-Doc_Speto
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Atendendo a pedidos: mais cordéis
Esta é uma contribuição do Matheus Lucas, hoje na 703. Ele foi à feira de São Cristóvão e se lembrou das nossas aulas!
Observem a ausência de pontuação e elaborem uma hipótese que explique isso...
A intriga do cachorro com o gato
Autor: José Pacheco
Xilogravura: J. Borges
A intriga é mãe da raiva
O meu pensamento é pai
Da casa da malquerença
O desmantelo não sai
Enquanto a intriga rende
A revolução não cai
Quando o cachorro falava
Gato falava também
Gato tinha uma bodega
Como hoje os homens têm
Onde vendia cachaça
Encostado a um armazém.
Com uma balança armada
Para pesar cereais
Em sua bodega vendia
Bacalhau, açúcar e gás
Bolacha, café, manteiga
Miudezas e tudo mais
Quando no tempo de safra
Comprava mercadoria
Chegava no armazém
Que todo bicho trazia
Vou dizer, pela metade
dessa grande freguesia.
O peru vendia milho
Porco feijão e farinha
Com um cacho de bananas
Mais tarde o macaco vinha
Raposa também trazia
Um garajau de galinha
Carneiro passava a noite
Junto com sua irmã
Descaroçando algodão
Quando era de manhã
Para o armazém do gato
Botava sacos de lã.
Guariba vendia escova
Que fazia do bigode
Urubu vendia goma
Porque tem de lavra e pode
A onça suçuarana
Vendia couro de bode
Então todo bicho tinha
No armazém seu contrato
Porém eu vou deixar disso
Para tratar de outro fato
Relativando a intriga
Do cachorro com o gato.
Rei leão mandou cachorro
Efetuar uma prisão
E o cachorro passando
Na venda do gato então
Falou pra beber fiado
E o gato disse: Pois não
Subiu-se na prateleira
Uma garrada desceu
Um cruzado de cachaça
O cachorro ali bebeu
Botou fumo no cachimbo
Pediu fogo e acendeu.
Depois ele disse ao gato
Eu vou prender o preá
Porque carregou a filha
Do compadre cangambá
E mesmo já deve a honra
Da filha do seu guará
E tornou dizer: – Compadre
Bote mais uma bicada
Eu só sei prender valente
Depois da gata esporada
O gato sorriu e disse
Esta não lhe custa nada.
O gato bebeu também
O cachorro repetiu
Botou o copo no banco
Saiu na porta e cuspiu
O gato puxou um lenço
Limpou a barba e tossiu
Embebedaram-se ambos
Garrafas secaram três
Cachorro fez um discurso
Falando na língua inglês
Gato embolava no chão
Também falando em francês.
A gata mulher do gato
saiu do quarto e veio cá
E disse muito zangada
– Cês tem procedência má
O gato disse: – Mulher
Da porta do meio pra lá
Depois o gato ficou
O cachorro foi-se embora
Ali ouviram: – Ó de casa!
A gata disse: Ó de fora
Quem é? Respondeu a raposa
– Sou eu, que cheguei agora.
Disseram entre comadre
E o gato levantou-se
Sentou-se numa cadeira
Raposa também sentou-se
Ele contou à raposa
De que forma embebedou-se
Raposa disse: – Compadre
Você não pensa direito
Bebendo com o cachorro
Um safado sem respeito
Se seus amigos souberem
O senhor perde o conceito.
-Beba com seus amigos
Seu irmão maracujá
O tenente porco-espinho
E o capitão guará
Major porco e doutor burro
E coronel cangambá
– Eu também gosto de troça
Beijo, dança e digo loas
Mas com gente igual a mim
Civilizadas e boas
Eu que não ando com gente
De qualidades à toas.
- Só me dou com gente boa
Com o compadre urubu
Dona Ticada de Souza
E dona surucucu
E a professora jiboia
E o meu primo timbu
Você é conceituada
Da roda palaciana
Cachorro vive na rua
Tanto furta como engana
E com baralho no bolso
Jogando e tomando cana.
Ele só compra fiado
Porque quer, pois ele tem
Uma mochila de níquel
Que por detrás se vê bem
Pendurada, balançando
Porém não paga a ninguém
O gato pondo-se em pé
Perguntou-lhe admirado
– Compadre isso é verdade?
Ele me deve um cruzado
Eu não dei fé na mochila
Por isso vendi fiado.
- Porém eu vou atrás dele
Aquele cara estradeiro
Dou-lhe um bote na mochila
Arranco e tiro o dinheiro
– Se fosse eu – disse a raposa
– Passava-lhe o granadeiro
O gato se preparou
Amarrou o cinturão
Correu as balas no rifle
Passou lixa no facão
Botou um porre e bebeu
De cachaça com limão
Chegou lá e disse ao cachorro
– É triste o nosso progresso
Você paga o meu cruzado
Ou quer que eu pague um processo
Cachorro afastou o pé
E lhe disse: – Eu não converso
Ali deu-lhe um tiro e disse
– É assim que eu despacho.
Porém o gato abaixou-se
Passou-lhe o rifle por baixo
Deu-lhe uma balada certa
Que quase derruba o cacho.
O cachorro que também
Tem pontaria fiel
Tornou passar-lhe a pistola
A bala fez um revel
Cortou-lhe o rabo no tronco
Que lhe descobriu o anel
Depois que trocaram tiros
Divertiram no punhal
Gato pulava de costas
E dava salto mortal
O cachorro por sua vez
Também traquejava igual
E ali trincou-se o tempo
Na porta do barracão
Da baronesa preguiça
Comadre do rei Leão
E ela telegrafou-lhe
Pedindo paz na questão
O leão passou depressa
Um telegrama pra trás
– Minha comadre levante
A bandeira e grite paz
Ela não tinha bandeira
Levantou a macaxeira
Ali ninguém brigou mais.
Garajau: Cesto em que se transportam aves e peixe seco.
Guariba: Espécie de primata que tem nos dois lados da face pêlos que parecem barba..
Os outros cordéis que circularam pela sala podem ser encontrados aqui, na "cordelteca":
http://www.cnfcp.gov.br/interna.php?ID_Secao=65
Divirtam-se!
Observem a ausência de pontuação e elaborem uma hipótese que explique isso...
A intriga do cachorro com o gato
Autor: José Pacheco
Xilogravura: J. Borges
A intriga é mãe da raiva
O meu pensamento é pai
Da casa da malquerença
O desmantelo não sai
Enquanto a intriga rende
A revolução não cai
Quando o cachorro falava
Gato falava também
Gato tinha uma bodega
Como hoje os homens têm
Onde vendia cachaça
Encostado a um armazém.
Com uma balança armada
Para pesar cereais
Em sua bodega vendia
Bacalhau, açúcar e gás
Bolacha, café, manteiga
Miudezas e tudo mais
Quando no tempo de safra
Comprava mercadoria
Chegava no armazém
Que todo bicho trazia
Vou dizer, pela metade
dessa grande freguesia.
O peru vendia milho
Porco feijão e farinha
Com um cacho de bananas
Mais tarde o macaco vinha
Raposa também trazia
Um garajau de galinha
Carneiro passava a noite
Junto com sua irmã
Descaroçando algodão
Quando era de manhã
Para o armazém do gato
Botava sacos de lã.
Guariba vendia escova
Que fazia do bigode
Urubu vendia goma
Porque tem de lavra e pode
A onça suçuarana
Vendia couro de bode
Então todo bicho tinha
No armazém seu contrato
Porém eu vou deixar disso
Para tratar de outro fato
Relativando a intriga
Do cachorro com o gato.
Rei leão mandou cachorro
Efetuar uma prisão
E o cachorro passando
Na venda do gato então
Falou pra beber fiado
E o gato disse: Pois não
Subiu-se na prateleira
Uma garrada desceu
Um cruzado de cachaça
O cachorro ali bebeu
Botou fumo no cachimbo
Pediu fogo e acendeu.
Depois ele disse ao gato
Eu vou prender o preá
Porque carregou a filha
Do compadre cangambá
E mesmo já deve a honra
Da filha do seu guará
E tornou dizer: – Compadre
Bote mais uma bicada
Eu só sei prender valente
Depois da gata esporada
O gato sorriu e disse
Esta não lhe custa nada.
O gato bebeu também
O cachorro repetiu
Botou o copo no banco
Saiu na porta e cuspiu
O gato puxou um lenço
Limpou a barba e tossiu
Embebedaram-se ambos
Garrafas secaram três
Cachorro fez um discurso
Falando na língua inglês
Gato embolava no chão
Também falando em francês.
A gata mulher do gato
saiu do quarto e veio cá
E disse muito zangada
– Cês tem procedência má
O gato disse: – Mulher
Da porta do meio pra lá
Depois o gato ficou
O cachorro foi-se embora
Ali ouviram: – Ó de casa!
A gata disse: Ó de fora
Quem é? Respondeu a raposa
– Sou eu, que cheguei agora.
Disseram entre comadre
E o gato levantou-se
Sentou-se numa cadeira
Raposa também sentou-se
Ele contou à raposa
De que forma embebedou-se
Raposa disse: – Compadre
Você não pensa direito
Bebendo com o cachorro
Um safado sem respeito
Se seus amigos souberem
O senhor perde o conceito.
-Beba com seus amigos
Seu irmão maracujá
O tenente porco-espinho
E o capitão guará
Major porco e doutor burro
E coronel cangambá
– Eu também gosto de troça
Beijo, dança e digo loas
Mas com gente igual a mim
Civilizadas e boas
Eu que não ando com gente
De qualidades à toas.
- Só me dou com gente boa
Com o compadre urubu
Dona Ticada de Souza
E dona surucucu
E a professora jiboia
E o meu primo timbu
Você é conceituada
Da roda palaciana
Cachorro vive na rua
Tanto furta como engana
E com baralho no bolso
Jogando e tomando cana.
Ele só compra fiado
Porque quer, pois ele tem
Uma mochila de níquel
Que por detrás se vê bem
Pendurada, balançando
Porém não paga a ninguém
O gato pondo-se em pé
Perguntou-lhe admirado
– Compadre isso é verdade?
Ele me deve um cruzado
Eu não dei fé na mochila
Por isso vendi fiado.
- Porém eu vou atrás dele
Aquele cara estradeiro
Dou-lhe um bote na mochila
Arranco e tiro o dinheiro
– Se fosse eu – disse a raposa
– Passava-lhe o granadeiro
O gato se preparou
Amarrou o cinturão
Correu as balas no rifle
Passou lixa no facão
Botou um porre e bebeu
De cachaça com limão
Chegou lá e disse ao cachorro
– É triste o nosso progresso
Você paga o meu cruzado
Ou quer que eu pague um processo
Cachorro afastou o pé
E lhe disse: – Eu não converso
Ali deu-lhe um tiro e disse
– É assim que eu despacho.
Porém o gato abaixou-se
Passou-lhe o rifle por baixo
Deu-lhe uma balada certa
Que quase derruba o cacho.
O cachorro que também
Tem pontaria fiel
Tornou passar-lhe a pistola
A bala fez um revel
Cortou-lhe o rabo no tronco
Que lhe descobriu o anel
Depois que trocaram tiros
Divertiram no punhal
Gato pulava de costas
E dava salto mortal
O cachorro por sua vez
Também traquejava igual
E ali trincou-se o tempo
Na porta do barracão
Da baronesa preguiça
Comadre do rei Leão
E ela telegrafou-lhe
Pedindo paz na questão
O leão passou depressa
Um telegrama pra trás
– Minha comadre levante
A bandeira e grite paz
Ela não tinha bandeira
Levantou a macaxeira
Ali ninguém brigou mais.
Garajau: Cesto em que se transportam aves e peixe seco.
Guariba: Espécie de primata que tem nos dois lados da face pêlos que parecem barba..
Os outros cordéis que circularam pela sala podem ser encontrados aqui, na "cordelteca":
http://www.cnfcp.gov.br/interna.php?ID_Secao=65
Divirtam-se!
Assinar:
Postagens (Atom)