domingo, 10 de outubro de 2010

Aventura na selva - nova produção

A proposta era continuar este capítulo de O menino no espelho, de Fernando Sabino.

Uma aventura na selva

VOLTEI então a me empolgar pelas aventuras de Tarzã ou pelas desventuras de Robinson Crusoé. Tinha vontade de imitá-los. Era pensando em Tarzã que eu subia na mangueira, dava o meu grito da selva e saltava de galho em galho, chegando mesmo a passar, dependurado numa corda como se fosse um cipó, para a mangueira do vizinho, do outro lado do muro. E como se fosse Robinson Crusoé na sua ilha deserta é que resolvi construir uma cabana no fundo do quintal.

Primeiro finquei quatro estacas de bambu no chão, formando um quadrado. Depois ergui as paredes, aproveitando as tábuas de uns caixotes vazios que estavam havia tempos debaixo da escada da cozinha, sem nenhuma serventia. Para isso, usei o martelo, o serrote e outras ferramentas de meu pai, que eu já sabia manejar com alguma habilidade. Aproveitava, é lógico, as horas em que ele não estava em casa, pois papai não gostava que usassem as suas ferramentas. Dizia que a gente depois largava tudo espalhado por aí.

O telhado era feito de uns galhos cruzados, sustentando pedaços de lata de querosene e tampas de latas de biscoito Aymoré. A porta e a janela, também de madeira, tinham dobradiças feitas de pedaços de couro de um sapato velho e se fechavam por dentro com uma tramela: um pedacinho de pau que girava, preso por um prego.

Aos poucos foi surgindo a mobília da minha nova morada: uma mesa feita de tábua e quatro pedaços de cabo de vassoura, um banquinho que era outra tábua em cima de dois tijolos, e a cama, que era um saco de aniagem cheio de folhas secas em cima de um jirau improvisado. Algumas prateleiras de papelão e cabides feitos de pregos completavam a arrumação.

Cuidei também de levar para a cabana uma boa provisão de alimentos furtados da despensa: frutas, latas de sardinha, salame, queijo — tudo mais que pudesse comer com auxílio do meu canivetinho, sem precisar de cozinhar.

E passava horas e horas ali dentro, sozinho na minha ilha deserta. Até parecia que ninguém mais sabia da minha existência. Às vezes minha mãe me procurava por tudo quanto era canto da casa, e não me encontrando mandava a Alzira ir me buscar na cabana:

— Deve estar metido lá dentro, esse menino. A cozinheira batia na porta com uma força que ameaçava jogar a cabana no chão, mas eu não abria: ficava quietinho, sem fazer barulho, esperando que ela acabasse desistindo.

Uma noite, enfim, resolvi dormir ali. Pedir que meus pais permitissem, nem pensar: mamãe vivia dizendo, assim que anoitecia:

— Vem pra dentro, menino, olha o sereno!

E papai não se metia; quem mandava nessas coisas era ela.

Para facilitar, pensei em confiar meu plano ao Toninho, mas achei que ele podia querer também dormir na cabana, e ali dentro mal cabia um, quanto mais dois. Então esperei que todos na casa adormecessem, e saí sorrateiro do quarto em direção ao quintal, levando o travesseiro e o cobertor.

Não tive sorte: naquela noite caiu um temporal, com raios e trovoadas. A água da chuva inundou a cabana, a ventania arrancou pedaços do telhado. Encolhido num canto, molhado até os ossos, tive de esperar o dia clarear, debaixo daquele aguaceiro todo. Acabei pegando uma gripe, por pouco não vira pneumonia. E recebi um castigo bem merecido: fiquei sem sobremesa uma semana.

Meu pai, curioso, no dia seguinte foi ao quintal apreciar a cabana. Elogiou o meu trabalho, mas fez vários reparos: isso aqui você não pregou direito; é lógico que tinha de chover dentro, o telhado não tem inclinação; devia ter cavado um rego ao redor, para a água não entrar por baixo da parede.

— Você tem jeito. Mas precisa de aprender umas coisas.

E disse para minha mãe, na hora do almoço:

— Acho que o escotismo é que vai ser bom para esse menino.

TONINHO já era escoteiro, mas eu ainda não tinha idade senão para ser lobinho. Ainda assim, meu irmão me levou para a associação e me alistou.

Em pouco tempo, passei a levar mais que a sério o escotismo. Não tanto pela parte moral — embora não deixasse de ser interessante amar a Deus sobre todas as coisas, ter uma só palavra, fazer uma boa ação todos os dias, ser limpo de corpo e alma, amar os animais e as plantas, respeitar o bem alheio, ser cortês e leal, e outras obrigações dos mandamentos do escoteiro, que a gente jurava cumprir. O que me atraía mesmo era a parte prática e as distrações: transmitir mensagem à distância pelo código Morse, com o auxílio de um apito ou de uma lanterna (logo consegui decorar o alfabeto), ou por semáfora, com duas bandeiras, como fazem os marinheiros; aprender a dar várias espécies diferentes de nós; acender uma fogueira com apenas um pau de fósforo ou fazer fogo sem fósforo algum; armar uma barraca; orientar-me pelas estrelas; tocar tambor; seguir uma pista em pleno mato — e mil outras coisas próprias dos índios e dos exploradores do oeste.

Duas vezes por semana lá ia eu para a reunião na sede da associação, todo orgulhoso no meu uniforme de lobinho.

E chegou enfim o dia de realizar o meu grande sonho: participar de um acampamento.


Logo na terceira semana que eu fazia parte do grupo de escoteiros, fomos caminhar por algumas trilhas dentro da floresta. Tudo estava indo bem, até que sentimos falta de meu irmão. Percebemos que ele não estava mais junto com o grupo. Então tivemos a ideia de de nos dividir em duas equipes para procurá-lo. Passamos o resto da manhã e a tarde procurando e nada de Toninho aparecer.

Os guias então decidiram voltar e chamar a guarda florestal, mas já estava escurecendo e eu estava preocupado com meu irmão. Resolvi procurá-lo sozinho, pois algo me dizia que eu o encontraria.

Esperei os guias se distraírem e fui atrás dele. Não sei o quanto, mas lembro que andei muito, até que escutei alguns passos fracos ao fundo. De início recuei com medo que fosse algum animal, mas logo notei que os passos haviam parado e fui ver o que era.

Encontei Toninho, ele estava caído, muito fraco, com fome e sede. Eu tinha um pouco de água na mochila e dei para ele mesmo, querendo também.

Não sabia o que fazer e não tinha certeza se eu saberia voltar e Toninho não tinha mais condições de andar, mas resolvi arriscar.

Toninho estava com o peso do seu corpo quase todo em cima de mim, eu já estava muito cansado, mas nós não poderíamos passar a noite ali, corríamos muitos riscos.

A noite dominava e a visibilidade era quase nula. Caí no chão, não aguentava dar mais nenhum passo. Meu irmão dormiu com a cabeça apoiada em minhas pernas e eu me encostei em uma árvore.

O dia já devia estar para nascer, mas ainda estava meio escuro. Acordei Toninho e começamos a ouvir algumas vozes e nos guiamos por elas. Eram as vozes de nossos pais, que estavam desesperados. Nos alegramos e corremos. O dia já havia clareado e finalmente estávamos de volta ao acampamento.

Depois de toda essa aventura, eu conquistei uma medalha de honra ao mérito.

Julia Souza
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Meu primeiro dia no acampamento foi sensacional, fiquei tão feliz! Menino como era, mas agora com idade para ser um verdadeiro escoteiro, nunca tinha passado por isso antes. Essa tão grande felicidade era rara, quase não existia dentro de mim. Me senti muito bem com essa sensação.

No primeiro dia meu professor me mostrou o acampamento e como funcinava tudo lá dentro, apesar de eu ja saber, e como eu deveria fazer minhas tarefas. Neste mesmo dia meu professor me disse :

- Se prepare bem, meu novo escoteiro, na semanda que vem iremos acampar, vai ser muito legal.

Eu logo fiquei todo bobo e novamente a felicidade, que era tão dificil em minha infância,voltou, e agora ainda mais forte e acompanhada de ânsia e coragem.

E finalmente chegou o dia ! Acordei bem cedo - como sempre - e arrumei minhas coisas. Na mochila havia água, frutas e biscoitos leves como meu professor me recomendou. E lá fui eu. Abracei minha mãe e pai e fui saltitando de felicidade até o acampamento. Chegando lá, estavam todos a minha espera. Falei com o professor, entrei na fila e fomos. Cada coisa linda eu vi no caminho, coisas que eu nunca poderia imaginar que existiam. Era como na história de Robinson Crusoé, parecia que eu estava explorando o desconhecido.

Durante a trilha, paramos e eu fui em um matinho que tinha ali por perto, mas sem avisar, para urinar..Nem imaginava o que daí em diante iria me acontecer. Quando terminei, fui à procura do grupo, mas procurei, procurei, procurei e não achei. Não fiquei desesperado porque, quando somos escoteiros, sabemos lidar muito bem com isso, então tentei de alguma forma fazê-los me escutarem e com meu apito comecei a apitar em um código que tinhamos para pedir socorro. Assoprei, apitei, gritei e nada.

A noite começou a cair e o desespero e o medo junto com ela. De repente começou a bater um vendo frio, tentei fazer fogo, assim como fazia no acampamento, mas não consegui. Então procurei folhas bem grandes de árvores e fiz um cobertor e ali mesmo adormeci. No dia seguinte acordei assutado com um grilo em meu rosto. Estava morrendo de fome e sede. Cacei ratos e coli frutas que poderia comer, acendi minha fogueira e fiz o rato assado. Comi tudo desesperado de fome, mas a sede permaneceu. Fiquei perdido na selva durante 3 dias e para minha sorte durante esses 3 dias choveu à noite e pude me hidratar com água da chuva.

Até que no quarto dia de manhãzinha um guarda florestal e bombeiros me resgataram e me levaram até meu pai e minha mãe. Eu estava muito mal, desidratado e cheio de machucados. Quando minha mãe me viu se pôs a chorar e meu pai também. Ela veio correndo, me abraçou chorando e disse :

- Meu filho como você foi se perder ? Como você está ? Não estava me aguentando aqui, se acontece alguma coisa com você me mato !

Nesse momento tudo parou, e meus olhos lacrimejaram. Junto com minha mãe e meu pai me pus a chorar. Essa foi uma sensação que jamais tinha sentido, foi algo mágico, único, que nunca mais esqueci.

Todos vieram me ver, saber como eu estava. Fui para o médico me hidratar e fazer curativos nos machucados. Depois fui pra casa ficar com meus pais.

Disso tirei benefícios mas também maleficios: os beneficios foram que minha mãe e meu pai passaram a ser mais presentes em minha vida e, depois de todos os perigos que passei, sabia que era um escoteiro de verdade. Já os maleficios foram: quase morri por uma displicência sem tamanho e meu professor de escotismo me deu uma bronca.

Mas no final tudo ficou bem, minha vida melhorou e estou aqui escrevendo a história da minha linda e inesquecível infância .

Hanna Mello
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A felicidade se espalhava por minhas veias! Como eu era feliz!

Naquele dia, me lembro bem, acordei muito cedo e preparei minha mochila com todos aqueles objetos pesados. Era desconfortável levar todas aquelas bugigangas, mas isso não me desanimava.

Na primeira noite, conheci um garoto bem abusado. Tinha um ar macabro. Aparenteva ter uns 4 metros de altura para mim. Não é à toa que não se dava bem com meu irmão.

-Esse é o Marco - disse Toninho. Não se meta com ele. Dizem que nas noites de lua cheia ele vira lobisomem. É claro que são só boatos...

Ai de mim! Eu era corajoso, sim, mas nunca me imaginei lutando com criaturas fantásticas. Tarzã e Robinson Crusoé nunca tiveram de topar com uma lobisomem. Não sei como me sairia.

Durante muitas noites dormimos em barracas demasiado desconfortáveis. Tinha até esquecido aquela história louca de lobisomem. Até que chegou a lua cheia. E com ela veio umas das maiores aventuras de minha vida.

Em uma bela manhã ensolarada, fomos pescar à margem do rio. Os mais velhos tinham que consertar alguns erros na ponte e nós, os menores, ficaríamos livres para passear um pouco... Refrescar a mente... Entrei na canoazinha e caí no sono...

Quando acordei - uns trinta minutos depois - estava no lago dentro da caverna! O desespero tomou conta de mim! Tantas coisas poderiam dar errado ali... Tudo poderia dar errado! Ainda estava claro, mas eu não conseguia ver nada que estivesse a mais de cinquenta metros e o rio, ao anoitecer, com certeza subiria bastante.

Senti mãos geladas nos ombros e tive certeza de que alguém tinha me arrebatado do barco. Tentei gritar, mas o sinistro vulto tapava-me a boca. Sentia um vento cortante em algumas partes do corpo. Onde me lavaria? E mais apavorante: aquilo parecia rosnar.

No meio da penumbra, consegui identificar um objeto em riste. Parecia uma bandeira... Nunca soube o que realmente vi. Sentia muito frio e desfaleci aguardando o terrível destino que me aguardava nas garras do bichão.

Mas não era dessa vez que eu abotoaria o paletó. Acordei duas horas depois, um tanto mouco, mas vivo!

Minha mãe disse que desmaiei um pouco depois de me salvarem da caverna. Levaram-me de bote ao pronto-socorro. Estava comum tanto de febre e tinha uma aparência pálida. Ainda bem que não fiz xixi na roupa. A criatura que me salvou? O Marco. Até hoje devo minha vida a ele. Somos grandes amigos agora. Durante meus anos de escotismo tive as mais loucas aventuras. O incrível é que escapei da morte por um triz em todas as vezes. E estou aqui até agora pra contar história!

Lohana Montelo
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Lá estava eu com meu uniforme de lobinho, dando alguns nós, quando nos avisaram que iríamos realizar meu grande sonho:participar de um acampamento.Todos estavam muito contentes,m as eu pulava de alegria e fiquei com o enorme sorriso no rosto até o dia do acampamento.

Finalmente chegou o grande dia. Nos separamos em grupos e tínhamos que ficar perto um do outro durante a trilha, mas eu não deixava de apreciar a vista e ouvir ruídos de animais, distraindo-me e me distanciando do grupo.Pensando nas aventuras de Robinson Crusoé, fantasiava que eu estava na mata de uma ilha deserta e,não me esquecendo de Tarzã,trocava rapidamente de personagem e em minha fantasia eu era o “rei da selva”.Podia ficar o resto da vida ali,com minha grande aliada:a imaginação.

A trilha durou cerca de uma hora. Quando finalmente chegamos ao lugar combinado, montamos as barracas e fomos dormir bem cedo, pois no dia seguinte faríamos uma caminhada pela manhã para explorar o lugar. Quando finalmente entrei em minha barraca, confesso que fiquei um pouco assustado com os ruídos medonhos que vinham do lado de fora, da mata. Ficava lá,perplexo, imaginando se o próprio Robinson Crusoé sentiria o mesmo medo que eu sentia na época.

Às seis horas da manhã, todos os lobinhos acordaram para a caminhada.Como me divertia naquela época!Além de apenas caminharmos, aprimoramos nossas técnicas de manuseio da bússola, trabalho em equipe, busca de alimentos na selva e muitas outras coisas essenciais para ser um verdadeiro escoteiro.

No crepúsculo daquele mesmo dia,fiquei tão distraído com minha imitação de Tarzã que fui pulando de galho em galho até me encontrar muito distante de meus companheiros do acampamento.Entrei em total desespero, porém me lembrei que,para ser um verdadeiro escoteiro, teria que aprender a sobreviver na selva.

Para minha sorte, trazia comigo minha bolsa de escoteiro,com muitos objetos úteis para sobrevivência na selva, como um mini kit de primeiros socorros,uma garrafa d’água,uma faca,uma bússola,um rolo de corda,duas barras de chocolate e um biscoito recheado e um canivete com uma porção de lâminas,um garfo e uma serra.

Procurei por muito tempo meus companheiros, mas infelizmente não consegui encontrar nenhum deles. Já era tarde e continuava perdido e sozinho.Procurei um bom lugar para dormir e permaneci na mata pelo resto da noite. Não foi uma experiência tão boa quanto eu pensava ficar sozinho na selva. Fiquei muito assustado com os ruídos dos animais que me cercavam. Encontrei uma capivara certa vez e outra vez pensei ter visto uma onça parda, mas devia ser apenas minha imaginação.

Lamentei-me tanto por me distrair e me afastar do grupo!Prometi a mim mesmo que nunca mais me distrairia quando estivesse no acampamento.

De manhã decidi usar meus conhecimentos de lobinho para achar meus amigos do acampamento. Confesso que foi muito demorado e cansativo,porém,às quatro horas da tarde, finalmente consegui avistar as barracas dos outros lobinhos e de todos do acampamento,que estavam muito preocupados.

Depois de alguns dias, fizemos a mesma trilha de volta para casa.Voltei muito contente depois de minha primeira experiência na selva, embora não tenha sido a última: haveria muitas outras,das quais eu participei com a mesma alegria e empolgação da primeira.Voltei para casa e contei à minha família todas as minhas aventuras.Eu era um verdadeiro Robinson Crusoé.

Mariana dos Santos Fernandes

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Quando cheguei no acampamento, logo fiz amizade com outras pessoas, inclusive com o nosso instrutor. Ele era muito legal.

Certo dia, nosso grupo e nosso instrutor fomos andar em uma trilha na selva. Eu e mais três amigos nos mativemos parados observando as grandes e encantadoras árvores que estavam ao nosso redor. Por causa disso ficamos perdidos, pois o nosso grupo foi se afastando e não percebemos.Ficamos muito assustados, porque já estava anoitecendo e muitos animais peçonhentos e ferozes andavam pela selva em busca de alimentos, como por exemplo nossa carne...

Como nós já havíamos aprendido a sobreviver na selva, tentamos nos acalmar.Permanecemos no mesmo lugar para ficar mais fácil de nos encontrarem. Fizemos uma fogueira, pegamos alguns frutos para comer, improvisamos uma cama com pedaços de pano e folhas de árvore para podermos dormir.

Quando eu estava dormindo, senti algo subindo na minha perna. Era uma cobra. Senti um medo muito grnade porque ela podeia ser venenosa, então fiquei totalmente imóvel esperando que ela saísse do meu corpo. Graças a Deus ela foi embora e, como não havia outro jeito, voltei a dormir.

Acordamos e tivemos que sair dali para colher mais frutos e pegar água no rio para todos.

Assim que chegamos no rio, vimos uma onça bebendo água e ela, talvez com fome, coreu atrás de nós. Nós ficamos tão apavorados que subimos numa árvore para escaparmos dela. Para piorar a nossa situação, choveu muito, e a forte tempestade nos deixou totalmente molhados.

Enfrentamos muitas coisas: mosquitos, besouros, fortes chuvas, onça e até um jacaré quando nadávamos no rio. Até nos encontrarem, demorou seis longos dias de perseguiçoes e correria.

Contamos tudo ao grupo e ao nosso instrutor e ele disse que em certas ocasiões agimos corretamente e em outras nem tanto. Ele também disse que o que aconteceu foi bom, porque assim, se enfrentássemos uma situação igualnou parecida, saberíamos como agir.

Tudo o que aconteceu me mostrou o quanto o acampamento foi importante, apesar de algumas tarefas que não me agradavam terem de ser cumpridas, porque aprendi a sobreviver na selva e a me cuidar com pouquíssimos objetos.

Apesar de tudo, eu também me diverti contando o que aconteceu para outras pessoas, pois eu vivi grandes aventuras que eu nunca havia imaginado antes.

Se não fossem as histórias de Robson Crusoé e de Tarzã, eu jamais realizaria meu sonho e viveria essas belíssimas aventuras.

Sabrina Pereira

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E foi lá que eu tive uma das maiores e melhores aventuras da minha vida. Tudo começou quando fomos aprender a caçar, na noite mais clara e estrelada que eu já tinha visto.

Eu e meu grupo de lobinhos já tínhamos organizado as barracas e acendido a fogueira. Estávamos prontos para enfrentar os barulhos amedrontadores da "floresta" ( um dos parques da cidade, o Eskot Park, reservado para acampamentos). Então, fomos nos afastando vagarosamente das nossas barracas e dos traillers que estavam estacionados lá e cada vez chegávamos mais perto da grande área reflorestada. A pesar da noite clara, a escuridão predominava, devido às grandes copas das árvores.

Quando estávamos quase no final da floresta, nossa adorável condutora caiu, machucou os joelhos e um de seus braços. Todos os aproximamos para ajudar a limpar seus ferimentos, porém, tínhamos esquecido os primeiros socorros perto da fogueira. Já que eu estava mais afastado dos outros, pediram para eu ir buscá - los. Então, eu voltei para a amedrontadora floresta.

Tudo estava calmo e silencioso. eu só escutava o som de meus passos, quando, de repente, me senti perdido, sem achar o caminho de volta para a barraca.

Me acalmei e pensei em achar uma saída. Lembrei - me das instruções, uni folhas secas com alguns galhos e, assim, acendi outra fogueira. Estava com fome. Peguei marshmallows na minha mochila e os esquentei na fogueira. Adormeci. Pela manhã, despertei esperançoso, pois, com o dia claro, seria mais fácil de encontrar as barracas. Juntei as minhas coisas, apaguei a fogueira e saí pela trilha.

Ao chegar, meus amigos me esperavam assustados. Todos perguntavam como eu tinha sobrevivido. Eu lhes disse que apenas tinha seguido as regras de um bom lobinho. Quanto à condutora, já estava com os ferimentos cuidados.

Voltando para a reunião devido à minha coragem, me tornei um escoteiro, assim como o Toninho.

Marcelle Barbosa
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